Exercícios
do ENEM
1)
A água é um dos fatores determinantes para todos os seres vivos,
mas a precipitação varia muito nos continentes, como podemos
observar no mapa abaixo.
Ao
examinar a tabela da temperatura média anual em algumas latitudes,
podemos concluir que as chuvas são mais abundantes nas maiores
latitudes próximas do Equador, porque:
(A)
as grandes extensões de terra fria das latitudes extremas impedem
precipitações mais abundantes.
(B)
a água superficial é mais quente nos trópicos do que nas regiões
temperadas, causando maior precipitação.
(C)
o ar mais quente tropical retém mais vapor de água na atmosfera,
aumentando as precipitações.
(D)
o ar mais frio das regiões temperadas retém mais vapor de água,
impedindo as precipitações.
(E)
a água superficial é fria e menos abundante nas latitudes extremas,
causando menor precipitação.
2)
No
Brasil, verifica-se que a Lua, quando esta na fase cheia, nasce por
volta das 18 horas e se poe por volta das 6 horas. Na fase nova,
ocorre o inverso: a Lua nasce as 6 horas e se põe as 18 horas,
aproximadamente. Nas fases crescente e minguante, ela nasce e se põe
em horários intermediários. Sendo assim, a Lua na fase ilustrada na
figura acima poderá ser observada no ponto mais alto de sua
trajetória no céu por volta de
(A)
meia-noite.
(B)
tres horas da madrugada.
(C)
nove horas da manha.
(D)
meio-dia.
(E)
seis horas da tarde.
3)
O artigo 1.º da Lei Federal n.º 9.433/1997 (Lei das Águas)
estabelece, entre outros, os seguintes fundamentos:
I
a água é um bem de domínio público;
II
a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III
em situações de escassez, os usos prioritários dos recursos
hídricos são o consumo humano e a dessedentação de animais;
IV
a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso
múltiplo das águas.
Considere
que um rio nasça em uma fazenda cuja única atividade produtiva seja
a lavoura irrigada de milho e que a companhia de águas do município
em que se encontra a fazenda colete água desse rio para abastecer a
cidade.
Considere,
ainda, que, durante uma estiagem, o volume de água do rio tenha
chegado ao nível crítico, tornando-se insuficiente para garantir o
consumo humano e a atividade agrícola mencionada. Nessa situação,
qual das medidas abaixo estaria de acordo com o artigo 1.º da Lei
das Águas?
(A)
Manter a irrigação da lavoura, pois a água do rio pertence ao dono
da fazenda.
(B)
Interromper a irrigação da lavoura, para se garantir o
abastecimento de água para consumo humano.
(C)
Manter o fornecimento de água apenas para aqueles que pagam mais, já
que a água é bem dotado de valor econômico.
(D)
Manter o fornecimento de água tanto para a lavoura quanto para o
consumo humano, até o esgotamento do rio.
(E)
Interromper o fornecimento de água para a lavoura e para o consumo
humano, a fim de que a água seja transferida para outros rios.
4)
Calcula-se que 78% do desmatamento na Amazônia tenha sido motivado
pela pecuária - cerca de 35% do rebanho nacional está na região —
e que pelo menos 50 milhões de hectares de pastos são pouco
produtivos. Enquanto o custo médio para aumentar a produtividade de
1 hectare de pastagem é de 2 mil reais, o custo para derrubar igual
área de floresta é estimado em 800 reais, o que estimula novos
desmatamentos. Adicionalmente, madeireiras retiram as árvores de
valor comercial que foram abatidas para a criação de pastagens. Os
pecuaristas sabem que problemas ambientais como
esses
podem provocar restrições à pecuária nessas áreas, a exemplo do
que ocorreu em 2006 com o plantio da soja, o qual, posteriormente,
foi proibido em áreas de floresta.
Época,
3/3/2008 e 9/6/2008 (com adaptações).
A
partir da situação-problema descrita, conclui-se que
(A)
o desmatamento na Amazônia decorre principalmente da exploração
ilegal de árvores de valor comercial.
(B)
um dos problemas que os pecuaristas vêm enfrentando na Amazônia é
a proibição do plantio de soja.
(C)
a mobilização de máquinas e de força humana torna o desmatamento
mais caro que o aumento da produtividade de pastagens.
(D)
o superavit
comercial
decorrente da exportação de carne produzida na Amazônia compensa a
possível degradação ambiental.
(E)
a recuperação de áreas desmatadas e o aumento de produtividade das
pastagens podem contribuir para a redução do desmatamento na
Amazônia.
5)
O gráfico abaixo mostra a área desmatada da Amazônia, em km2, a
cada ano, no período de 1988 a 2008.
As
informações do gráfico indicam que
(A)
o maior desmatamento ocorreu em 2004.
(B)
a área desmatada foi menor em 1997 que em 2007.
(C)
a área desmatada a cada ano manteve-se constante entre 1998 e 2001.
(D)
a área desmatada por ano foi maior entre 1994 e 1995 que entre 1997
e 1998.
(E)
o total de área desmatada em 1992, 1993 e 1994 é maior que 60.000
km2.
6)
Os ingredientes que compõem uma gotícula de nuvem são o vapor de
água e um núcleo de condensação de nuvens (NCN). Em torno desse
núcleo, que consiste em uma minúscula partícula em suspensão no
ar, o vapor de água se condensa, formando uma gotícula
microscópica, que, devido a uma série de processos físicos, cresce
até precipitar-se como chuva. Na floresta Amazônica, a principal
fonte natural de NCN é a própria vegetação. As chuvas de nuvens
baixas, na estação chuvosa, devolvem os NCNs, aerossóis, à
superfície, praticamente no mesmo lugar em que foram gerados pela
floresta. As nuvens altas são carregadas por ventos mais intensos,
de altitude, e viajam centenas de quilômetros de seu local de
origem, exportando as partículas contidas no interior das gotas de
chuva. Na Amazônia, cuja taxa de precipitação é uma das mais
altas do mundo, o ciclo de evaporação e precipitação natural é
altamente eficiente. Com a chegada, em larga escala, dos seres
humanos à Amazônia, ao longo dos últimos 30 anos, parte dos ciclos
naturais está sendo alterada. As emissões de poluentes atmosféricos
pelas queimadas, na época da seca, modificam as características
físicas e químicas da atmosfera amazônica, provocando o seu
aquecimento, com modificação do perfil natural da variação da
temperatura com a altura, o que torna mais difícil a formação de
nuvens.
Paulo
Artaxo et
al.
O
mecanismo da floresta para fazer chover.
In:
Scientific
American
Brasil,
ano 1, n.º 11, abr./2003, p. 38-45 (com adaptações).
Na
Amazônia, o ciclo hidrológico depende fundamentalmente
(A)
da produção de CO2 oriundo da respiração das árvores.
(B)
da evaporação, da transpiração e da liberação de aerossóis que
atuam como NCNs.
(C)
das queimadas, que produzem gotículas microscópicas de água, as
quais crescem até se precipitarem como chuva.
(D)
das nuvens de maior altitude, que trazem para a floresta NCNs
produzidos a centenas de quilômetros de seu local de origem.
(E)
da intervenção humana, mediante ações que modificam as
características físicas e químicas da atmosfera da região.
7)
Analisando-se
os dados do gráfico acima, que remetem a critérios e objetivos no
estabelecimento de unidades de conservação no Brasil, constata-se
que
(A)
o equilíbrio entre unidades de conservação de proteção integral
e de uso sustentável já atingido garante a preservação presente e
futura da Amazônia.
(B)
as condições de aridez e a pequena diversidade biológica
observadas na Caatinga explicam por que a área destinada à proteção
integral desse bioma é menor que a dos demais biomas brasileiros.
(C)
o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pampa, biomas mais intensamente
modificados pela ação humana, apresentam proporção maior de
unidades de proteção integral que de unidades de uso sustentável.
(D)
o estabelecimento de unidades de conservação deve ser incentivado
para a preservação dos recursos hídricos e a manutenção da
biodiversidade.
(E)
a sustentabilidade do Pantanal é inatingível, razão pela qual não
foram criadas unidades de uso sustentável nesse bioma.
8)
As
florestas tropicais estão entre os maiores, mais diversos e
complexos biomas do planeta. Novos estudos sugerem que elas sejam
potentes reguladores do clima, ao provocarem um fluxo de umidade para
o interior dos continentes, fazendo com que essas áreas de floresta
não sofram variações extremas de temperatura e tenham umidade
suficiente para promover a vida. Um fluxo puramente físico de
umidade do oceano para o continente, em locais onde não há
florestas, alcança poucas centenas
de
quilômetros. Verifica-se, porém, que as chuvas sobre florestas
nativas não dependem da proximidade do oceano. Esta evidência
aponta para a existência de uma
poderosa
“bomba biótica de umidade” em lugares como, por exemplo, a bacia
amazônica. Devido à grande e densa área de folhas, as quais são
evaporadores otimizados, essa “bomba” consegue devolver
rapidamente a água para o ar, mantendo ciclos de evaporação e
condensação que fazem a umidade chegar a milhares de quilômetros
no interior do continente.
A.
D. Nobre.
Almanaque Brasil Socioambiental. Instituto
Socioambiental, 2008, p. 368-9 (com adaptações). As florestas
crescem onde chove, ou chove onde crescem as florestas?
De
acordo com o texto,
(A)
onde chove, há floresta.
(B)
onde a floresta cresce, chove.
(C)
onde há oceano, há floresta.
(D)
apesar da chuva, a floresta cresce.
(E)
no interior do continente, só chove onde há floresta.
09)
Um
estudo recente feito no Pantanal dá uma boa idéia de como o
equilíbrio entre as espécies, na natureza, é um verdadeiro
quebra-cabeça. As peças do quebra-cabeça são o tucano-toco, a
arara-azul e o manduvi. O tucano-toco é o único pássaro que
consegue abrir o fruto e engolir a semente do manduvi, sendo, assim,
o principal dispersor de suas sementes. O manduvi, por sua vez, é
uma das poucas árvores onde as araras-azuis fazem seus ninhos. Até
aqui, tudo parece bem encaixado, mas... é justamente o tucano-toco o
maior predador de ovos de arara-azul — mais da metade dos ovos das
araras são predados pelos tucanos. Então, ficamos na seguinte
encruzilhada: se não há tucanos-toco, os manduvis se extinguem,
pois não há dispersão de suas sementes e não surgem novos
manduvinhos, e isso afeta as araras-azuis, que não têm onde fazer
seus ninhos. Se, por outro lado, há muitos tucanos-toco, eles
dispersam as sementes dos manduvis, e as araras-azuis têm muito
lugar para fazer seus ninhos, mas seus ovos são muito predados.
Internet: <http://oglobo.globo.com>
(com adaptações).
De
acordo com a situação descrita,
(A)
o manduvi depende diretamente tanto do tucano-toco como da arara-azul
para sua sobrevivência.
(B)
o tucano-toco, depois de engolir sementes de manduvi, digere-as e
torna-as inviáveis.
(C)
a conservação da arara-azul exige a redução da população de
manduvis e o aumento da população de tucanos-toco.
(D)
a conservação das araras-azuis depende também da conservação dos
tucanos-toco, apesar de estes serem predadores daquelas.
(E)
a derrubada de manduvis em decorrência do desmatamento diminui a
disponibilidade de locais para os tucanos fazerem seus ninhos.
10)
No presente, observa-se crescente atenção aos efeitos da atividade
humana, em diferentes áreas, sobre o meio ambiente, sendo constante,
nos fóruns internacionais e
nas
instâncias nacionais, a referência à sustentabilidade como
princípio orientador de ações e propostas que deles emanam. A
sustentabilidade explica-se pela
(A)
incapacidade de se manter uma atividade econômica ao longo do tempo
sem causar danos ao meio ambiente.
(B)
incompatibilidade entre crescimento econômico acelerado e
preservação de recursos naturais e de fontes não renováveis de
energia.
(C)
interação de todas as dimensões do bem-estar humano com o
crescimento econômico, sem a preocupação com a conservação dos
recursos naturais que estivera presente desde a Antiguidade.
(D)
proteção da biodiversidade em face das ameaças de destruição que
sofrem as florestas tropicais devido ao avanço de atividades como a
mineração, a monocultura, o tráfico de madeira e de espécies
selvagens.
(E)
necessidade de se satisfazer as demandas atuais colocadas pelo
desenvolvimento sem comprometer a capacidade de as gerações futuras
atenderem suas próprias necessidades nos campos econômico, social e
ambiental.
11)
O clima é um dos elementos fundamentais não só na caracterização
das paisagens naturais, mas também no histórico de ocupação do
espaço geográfico. Tendo em vista determinada restrição
climática, a figura que representa o uso de tecnologia voltada para
a produção é:
(A)
Exploração vinícola no Chile
(B)
Pequena agricultura praticada em região andina
(C)
Parque de engorda de bovinos nos EUA
(D)
Zonas irrigadas por aspersão na Arábia Saudita
(E)
Parque eólico na Califórnia
12) Na figura, observa-se uma classificação de regiões da América do Sul segundo o grau de aridez verificado.
Em relação às regiões marcadas na figura, observa-se que
(A)
a existência de áreas superáridas, áridas e semiáridas é
resultado do processo de desertificação, de intensidade variável,
causado pela ação humana.
(B)
o emprego de modernas técnicas de irrigação possibilitou a
expansão da agricultura em determinadas áreas do semiárido,
integrando-as ao comércio internacional.
(C)
o semiárido, por apresentar déficit de precipitação, passou a ser
habitado a partir da Idade Moderna, graças ao avanço científico e
tecnológico.
(D)
as áreas com escassez hídrica na América do Sul se restringem às
regiões tropicais, onde as médias de temperatura anual são mais
altas, justificando a falta de desenvolvimento e os piores
indicadores sociais.
(E)
o mesmo tipo de cobertura vegetal é encontrado nas áreas
superáridas, áridas e semiáridas, mas essa cobertura, embora
adaptada às condições climáticas, é desprovida de valor
econômico.
13)
À medida que a demanda por água aumenta, as reservas desse recurso
vão se tornando imprevisíveis. Modelos matemáticos que analisam os
efeitos das mudanças climáticas sobre a disponibilidade de água no
futuro indicam que haverá escassez em muitas regiões do planeta.
São esperadas mudanças nos padrões de precipitação, pois
(A)
o maior aquecimento implica menor formação de nuvens e,
consequentemente, a eliminação de áreas úmidas e subúmidas do
globo.
(B)
as chuvas frontais ficarão restritas ao tempo de permanência da
frente em uma determinada localidade, o que limitará a produtividade
das atividades agrícolas.
(C)
as modificações decorrentes do aumento da temperatura do ar
diminuirão a umidade e, portanto, aumentarão a aridez em todo o
planeta.
(D)
a elevação do nível dos mares pelo derretimento das geleiras
acarretará redução na ocorrência de chuvas nos continentes, o que
implicará a escassez de água para abastecimento.
(E)
a origem da chuva está diretamente relacionada com a temperatura do
ar, sendo que atividades antropogênicas são capazes de provocar
interferências em escala local e global.
14)
As áreas do planalto do cerrado – como a chapada dos Guimarães, a
serra de Tapirapuã e a serra dos Parecis, no Mato Grosso, com
altitudes que variam de 400 m a 800 m – são importantes para a
planície pantaneira mato-grossense (com altitude média inferior a
200 m), no que se refere à manutenção do nível de água,
sobretudo durante a estiagem. Nas cheias, a inundação ocorre em
função da alta pluviosidade nas cabeceiras dos rios, do afloramento
de lençóis freáticos e da baixa declividade do relevo, entre
outros fatores. Durante a estiagem, a grande biodiversidade é
assegurada pelas águas da calha dos principais rios, cujo volume tem
diminuído, principalmente nas cabeceiras. “Cabeceiras ameaçadas.
Ciência
Hoje.
Rio de Janeiro: SBPC. Vol. 42, jun. 2008 (adaptado).”
A
medida mais eficaz a ser tomada, visando à conservação da planície
pantaneira e à preservação de sua grande biodiversidade, é a
conscientização da sociedade e a organização de movimentos
sociais que exijam
(A)
a criação de parques ecológicos na área do pantanal
mato-grossense.
(B)
a proibição da pesca e da caça, que tanto ameaçam a
biodiversidade.
(C)
o aumento das pastagens na área da planície, para que a cobertura
vegetal, composta de gramíneas, evite a erosão do solo.
(D)
o controle do desmatamento e da erosão, principalmente nas nascentes
dos rios responsáveis pelo nível das águas durante o período de
cheias.
(E)
a construção de barragens, para que o nível das águas dos rios
seja mantido, sobretudo na estiagem, sem prejudicar os ecossistemas.
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